16.12.11

Gosto de ti e não devia

 A primeira declaração recebida hoje é de alguém que gosta de alguém e não consegue perceber se é correspondida
"Eu disse que não ia gostar de ti. Aliás afirmei de pés juntos que jamais iria voltar a gostar de alguém como gostei dele. Menti. Menti redondamente, porque descobri que gosto de ti, mais do que gosto de fechar os olhos e sentir o calor do Sol. Gosto de ti e não estou a saber lidar com isto. Sinceramente pensava que iria ser muito mais fácil, um género fácil quando nos deitamos sob a almofada e adormeçemos sob o efeito de uns quantos copos de vinho tinto maduro. Não é muito fácil para mim explicar o quanto eu gosto de ti e o quanto eu gostaria não gostar. Não é fácil porque me lembro de mil e uma coisas, que me lembram mil e uma sensações, que me lembram o quanto fui incrédula em relação ao que me estavas a oferecer. Se achas que ver-te traz-me calma, enganas-te! Enganas-te tanto. Sempre que te vejo sinto o coração a acelerar, um calor inexplicável a subir até ao rosto, uns tremores, uma vergonha. Sei lá, sinto tanta coisa que me deixa, ao mesmo tempo, desconfortável e feliz. Feliz por te encontrar aqui e ali, feliz por me tocares no braço, feliz por estares a sorrir só para mim. E depois? Depois mudas, mudas de tal modo como se S. Pedro descesse à Terra e te dissesse que vem uma tempestadade das grandes, que eu não sou de fiar (aliás os meus sentimentos não são de fiar). E se eu te dissesse que não, que já não estou assim “confusa” da minha vida. E se eu te dissesse que estou calma tão calma que se nota na minha voz ao telefone. E se eu te dissesse? Achas que mudaria alguma coisa? Não sei, porque estás assim nesse lugar que eu não entendo, nessa tua mania de que me tens na palma da mão e podes fazer tudo o que quiseres comigo. Gosto de ti e não devia"

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